quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Escândalo do apagão

O escândalo do apagão foi uma crise nacional, sem precedentes no Brasil, que afetou o fornecimento e distribuição de energia elétrica. Ocorreu nos dois últimos anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2001 e 2002[1]. Voltou a ocorrer durante o governo Lula, em novembro de 2009, afetando muito mais estados do que o primeiro apagão. "Apagão" é um termo que designa interrupções ou falta de energia elétrica freqüentes, como Blecautes (do inglês blackout) de maior duração.

No início da crise levantou-se a hipótese de que talvez se tornasse necessário fazer longos cortes forçados de energia elétrica em todo Brasil. Estes cortes forçados, ou blecautes, foram apelidados de "apagões" pela imprensa.

Na época, havia grande possibilidade de ocorrer apagões no país, sobretudo nas grandes cidades. Felizmente a aplicação desses cortes — que produziriam severas perdas na economia brasileira — pôde ser evitada graças ao bom resultado de uma campanha por um racionamento "voluntário" de energia. Mas o termo ganhou uma grande popularidade, acabando por denotar toda crise energética, ao invés de denotar apenas os eventuais cortes forçados.

É importante notar também que no português de Portugal, "apagão" é uma palavra que pode se referir a qualquer tipo de blecaute, especialmente cortes acidentais de energia, e não um racionamento forçado, como inicialmente significava o apagão brasileiro, pois no português do Brasil, as quedas ocasionais de energia, quando o restabelecimento demora mais que alguns minutos, são denominadas blecaute.
A crise ocorreu por falta de planejamento e ausência de investimentos em geração e distribuição de energia, e foi agravada pelas poucas chuvas. Com a escassez de chuva, o nível de água dos reservatórios das hidroelétricas baixou e os brasileiros foram obrigados a racionar energia [2].

Após toda uma década sem investimentos na geração e distribuição de energia elétrica no Brasil, um racionamento de energia foi elaborado às pressas, na passagem de 2000 para 2001. O governo FHC foi surpreendido pela necessidade urgente de cortar em 20% o consumo de eletricidade no País. Estipulou benefícios os consumidores que cumprissem a meta e punições para quem não conseguisse reduzir seu consumo de luz. No final de 2001 felizmente choveu às catadupas e o racionamento pôde ser suspenso em fevereiro de 2002 [3]

Não obstante, segundo os cálculos do ex-ministro Delfim Netto cada brasileiro perdeu R$ 320 com o apagão ocorrido no final do governo FHC [2].

É um fato por demais conhecido o aumento contínuo do consumo de energia devido ao crescimento populacional e ao aumento de produção pelas indústrias. Isso exige planejamento antecipado e execução de políticas econômicas governamentais para suprir, a tempo, as necessidades de expansão da produção de energia.

Um fator importante no aumento de consumo é o desperdício de energia. Para combatê-lo são necessárias políticas governamentais de esclarecimento à população, de financiamento dirigido para incentivar a substituição de máquinas obsoletas de alto consumo, etc.

Como forma de prevenção a novos problemas de geração de energia elétrica, o governo federal na época iniciou imenso programa de investimentos em uma rede de usinas termoelétricas, movidas a gás, carvão e óleo combustível e que não dependem do ciclo das águas. Essa rede de usinas, segundo o governo, daria flexibilidade para o sistema e serviria de back-up em épocas de secas, complementando o sistema.


Outros apagões
Apesar de investimentos feitos com o advento do apagão de início da década de 2000, o Brasil continuou vulnerável a blecautes desde então. Houve em janeiro de 2005 um grande apagão que atingiu os estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, afetando 3 milhões de pessoas. Em setembro de 2007, novamente os dois estados foram atingidos por desligamento de energia causado por problemas em Furnas. Em 10 de novembro de 2009, devido a um inédito desligamento total da usina hidroelétrica de Itaipú Binacional, 11 estados brasileiros, além de grande parte do território do Paraguai ficaram sem energia por diversas horas. A causa mais provável foi uma deficiência nas linhas de transmissão de alta tensão rumo ao sudeste brasileiro.

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